sábado, 3 de julho de 2010

Palavras maltratadas

                                   

Não raramente encontramos placas expondo, sobretudo, nossa fragilidade quanto à grafia das palavras. Um comercial da campanha do Detran, com a célebre pergunta "Dirigir é com G ou com J ?",  trouxe à luz um dos grandes problemas do brasileiro: o descompasso com a sua própria ortografia.  Qual a origem da confusão? E a solução?

Segundo Mauro Ferreira, em sua gramática, a origem da confusão estaria na forma que eram escritos os primeiros textos em língua portuguesa, pelo sistema fonético, baseado  na pronúncia das palavras. Só a partir do século XVI, passou-se a utilizar o sistema etimológico, palavras grafadas de acordo com a forma que tinham em latim, originando, a partir daí, confusões ortográficas que ainda existem em nosso idioma.

É certo que muitos fatores contribuem para a confusão na grafia de algumas palavras da língua portuguesa, uma vez que não há uma correlação entre  o que e como se diz e o modo como escrevemos. É comum no nosso dia-a-dia ouvirmos "adapitar" correspondente a adaptar, "peneu" ou "pineu" para o nosso pneu e assim por diante.    
 

Uns creditam esse desacordo na quantidade de regras na nossa língua, e há quem ainda culpe o novo acordo ortográfico que, em muitos casos, foge à lógica nas suas alterações.  Alguns especialistas, no entanto, afirmam que a dificuldade tem seu principal fundamento na base de nossa formação. O processo de alfabetização inadequado aliado ao pouco hábito de leitura do brasileiro faz com que dúvidas primárias sejam cristalizadas, trazendo  um grande prejuízo ao longo do percurso. Através da leitura enriquecemos nosso vocabulário, temos contato com aquilo que sabemos e descobrimos o que não sabemos; ampliamos nossos horizontes. Quem lê mais, melhor escreve.  De acordo com Tatiana Belinky, escritora de livros infantis e integrante da Academia Paulista de Letras:


“O livro é um brinquedo que não acaba, pois toda vez que se lê é diferente.”



Portanto, para o bem de nossa  língua portuguesa, e de nós mesmos: Tenhamos todos uma ótima leitura! 

 
                                                             

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